Com a chegada da Rota Bioceânica, Mato Grosso do Sul se prepara para um novo ciclo de crescimento — e um dos setores que mais deve sentir os efeitos positivos dessa transformação é o turismo. Ao conectar o Brasil aos portos do norte do Chile, atravessando Paraguai e Argentina, a nova rota internacional de integração não trará apenas caminhões e cargas: ela promete trazer também visitantes, investidores e visibilidade global para os destinos sul-mato-grossenses.
Bonito e Pantanal: joias naturais no caminho da rota
Dois dos principais cartões-postais do estado, Bonito e o Pantanal Sul, já são conhecidos mundialmente pela sua riqueza natural, turismo sustentável e biodiversidade. Com a abertura da rota, esses destinos devem ficar ainda mais acessíveis a turistas vindos de países vizinhos — especialmente Paraguai, Argentina e Chile.
“A Rota Bioceânica facilita o acesso por via terrestre, algo que antes era restrito e custoso para muitos visitantes sul-americanos. Isso muda o jogo”, explica Mariana Pires, turismóloga e consultora em desenvolvimento regional.
A expectativa é que haja um aumento significativo no turismo rodoviário internacional, com excursões organizadas e veículos particulares cruzando a fronteira rumo às belezas naturais de Mato Grosso do Sul.
Porto Murtinho: de ponto de passagem a destino turístico
Até pouco tempo atrás, Porto Murtinho era vista como uma cidade isolada no mapa. Hoje, com a construção da Ponte Internacional sobre o Rio Paraguai e sua posição estratégica na Rota Bioceânica, o município se prepara para virar vitrine de turismo de fronteira e cultural.
Além de servir como porta de entrada para o Brasil, Porto Murtinho aposta em atrativos como:
- Passeios fluviais no Rio Paraguai
- Turismo de pesca esportiva
- Gastronomia pantaneira
- Eventos culturais de integração com o Paraguai
Turismo de negócios, eventos e intercâmbio cultural
Campo Grande e outras cidades ao longo da rota também devem se beneficiar do turismo de negócios, com a realização de feiras, congressos, rodadas comerciais e eventos de integração entre os países envolvidos. O fluxo maior de pessoas poderá estimular investimentos em hotelaria, gastronomia, mobilidade urbana e serviços turísticos.
Outro ponto forte é o intercâmbio cultural e acadêmico, que tende a crescer com o fortalecimento das relações sul-americanas. “A rota não traz só produtos. Ela traz pessoas, ideias, culturas. E isso é turismo também”, destaca Mariana.
Desafios e preparação
Para absorver esse potencial turístico, será necessário investir em qualificação profissional, infraestrutura receptiva, bilinguismo e promoção internacional dos destinos. Municípios e governos já começam a se mobilizar para garantir que a Rota seja também uma rota de experiências inesquecíveis para quem viaja.
Além disso, o turismo sustentável continuará sendo uma bandeira essencial — especialmente em regiões como o Pantanal, que exigem equilíbrio entre desenvolvimento e preservação ambiental.
Novo capítulo para o turismo sul-mato-grossense
A Rota Bioceânica não é apenas uma nova estrada: ela representa uma nova forma de Mato Grosso do Sul se mostrar ao mundo. Para o turismo, é a chance de atrair mais visitantes, gerar emprego e renda, e consolidar o estado como um dos destinos mais fascinantes da América do Sul.