Portal Rota Bioceânica Mato Grosso do Sul https://rotabioceanicams.com.br O Portal definitivo sobre o que você quer (e tem que) saber sobre a Rota Bioceânica! Sat, 03 May 2025 13:22:57 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.1 https://rotabioceanicams.com.br/wp-content/uploads/2025/04/logo-quadrada-rota-sem-fundo-150x150.png Portal Rota Bioceânica Mato Grosso do Sul https://rotabioceanicams.com.br 32 32 243540593 Rota que vai ligar Sul, Sudeste e Centro-Oeste ao Pacífico deve começar a operar em 2026, diz Tebet https://rotabioceanicams.com.br/rota-que-vai-ligar-sul-sudeste-e-centro-oeste-ao-pacifico-deve-comecar-a-operar-em-2026-diz-tebet/ https://rotabioceanicams.com.br/rota-que-vai-ligar-sul-sudeste-e-centro-oeste-ao-pacifico-deve-comecar-a-operar-em-2026-diz-tebet/#respond Sat, 03 May 2025 13:22:57 +0000 https://rotabioceanicams.com.br/rota-que-vai-ligar-sul-sudeste-e-centro-oeste-ao-pacifico-deve-comecar-a-operar-em-2026-diz-tebet/ Obras da Rota 4, conhecida como Bioceânica de Capricórnio, estão em fase final; infraestrutura deve reduzir custos logísticos, ampliar comércio com a Ásia e fortalecer a integração

A Rota Bioceânica de Capricórnio, que vai ligar o Oceano Atlântico ao Pacífico atravessando o Brasil, Paraguai e o Chile, está prestes a ser concluída. É o que garante a ministra do Planejamento e Orçamento (MPO), Simone Tebet. Ela participou nesta quarta-feira (23/4), ao lado do presidente chileno Gabriel Boric, da mesa redonda “Oportunidades de Negócios e Investimentos Brasil-Chile”, realizada no auditório da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília (DF).

Segundo a ministra, as obras estratégicas no lado brasileiro já estão previstas no Novo PAC e têm orçamento assegurado. A principal delas, a ponte binacional entre Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta (Paraguai), estará pronta até maio de 2026. “Acredito que este seja um momento histórico. Um dia na história. Esta fotografia se fará presente como um dos inúmeros passos que estamos dando rumo a um sonho muito antigo, que talvez, há 100 anos, seria uma utopia distante”, declarou a ministra.

O evento na capital federal contou ainda com a participação do ministro da Economia chileno, Nicolás Grau, além de representantes dos setores público e privado dos dois países que tiveram a oportunidade de trocar informações e firmar parcerias. A proposta do encontro foi discutir as oportunidades logísticas, comerciais e industriais abertas com a conclusão do trajeto que integra o programa Rotas de Integração Sul-Americana.

Serão mais de dois mil quilômetros de estradas que ligarão os portos brasileiros de Santos, Paranaguá e Itajaí aos terminais chilenos de Iquique, Mejillones e Antofagasta. Segundo Tebet, a conclusão das obras representará não apenas mais integração entre os países da região, mas um novo canal de comércio entre o Brasil e a Ásia. Com aduanas integradas e logística racionalizada, disse Tebet, os custos com transporte poderão cair até dez vezes em relação ao modelo atual.

“Não há como erradicar a miséria e diminuir a pobreza sem reduzir a desigualdade regional e promover a integração sul-americana. O Brasil não pode continuar de costas para a América do Sul, e a América do Sul não pode seguir de costas para o Brasil”, disse a ministra. Para viabilizar o lado estrangeiro da rota, o Brasil articulou US$ 10 bilhões em financiamentos junto ao BNDES, CAF, BID e Fonplata, voltados à infraestrutura rodoviária, ferroviária, portuária e aduaneira dos países vizinhos.

Em 2024 as exportações brasileiras somaram US$ 337 bilhões. Do total, os países que compõem a América do Sul comercializaram com o Brasil US$ 37 bilhões, 11% do total — o segundo principal destino das exportações brasileiras, com o Brasil vendendo mais para o Chile, Paraguai, Colômbia e Uruguai do que para países como Alemanha, Portugal, Reino Unido e Rússia. O diferencial está no perfil industrial: 85% dos produtos exportados à região têm alto valor agregado, contra apenas 2% das exportações para a China, por exemplo.

“Nós temos condições de dobrar nossas exportações e dobrar nossas importações. Isso significa carne mais barata na mesa do trabalhador chileno e salmão mais barato no prato do brasileiro. Significa integração real, econômica e social”, disse a ministra.

Prioridade chilena 

O presidente chileno, Gabriel Boric, destacou a importância do corredor para reduzir prazos e ampliar a competitividade. Segundo ele, seu governo deu prioridade máxima à rota. “Mais importante que falar sobre integração é realizar obras. Estamos muito perto de concluir todas as etapas relevantes para que esse corredor funcione plenamente”, afirmou.

O Chile, disse Boric, identificou gargalos para o funcionamento do corredor, dos quais alguns são considerados indispensáveis, como a aquisição de uma nova grua para o porto de Iquique e o início das obras do molhe de abrigo no porto de Antofagasta, que deve reduzir o tempo de inatividade de 60 para 5 dias por ano. “Estamos muito perto de concluir todas as etapas relevantes para que esse corredor funcione plenamente”, disse. Ele mencionou que o tempo de trânsito pode cair em até 12 dias, se comparado às rotas tradicionais.

O ministro da Economia chileno também participou da mesa redonda. Nicolás Grau afirmou que o plano de ação para a rota bioceânica do lado chileno está estruturado em cinco eixos: segurança, infraestrutura, logística portuária, articulação institucional e oportunidades privadas. O objetivo é tornar o corredor competitivo frente a rotas tradicionais, como o Canal do Panamá e o Estreito de Magalhães. “Queremos que os caminhões saiam carregados do Brasil e voltem carregados do Chile. Há uma enorme oportunidade de complementaridade entre os dois países”, disse.

A rota também abre caminho para o uso estratégico dos tratados de livre comércio chilenos, que cobrem mais de 80% do PIB mundial. Segundo Grau, produtos brasileiros poderão ser processados no Chile e exportados como mercadoria chilena, ganhando competitividade global. O plano inclui ainda incentivos à agroindústria, ao turismo e à geração de empregos com base em cadeias produtivas binacionais.

A integração entre Brasil e Chile pela Rota Capricórnio é uma das cinco frentes do projeto Rotas de Integração Sul-Americana, lançado em 2023 após o Consenso de Brasília. A iniciativa já resultou na criação de uma Comissão Interministerial e na inclusão de 190 obras de infraestrutura no Novo PAC — com destaque para rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e linhas de transmissão.

Se as previsões se cumprirem, até o fim deste governo os oceanos Atlântico e Pacífico estarão ligados por uma via moderna, segura e eficiente, capaz de redesenhar o mapa do comércio sul-americano. Um projeto de Estado que, segundo Tebet, “não é apenas sobre infraestrutura, mas sobre desenvolvimento compartilhado e protagonismo regional”.

Fonte: Agência Gov EBC https://agenciagov.ebc.com.br/noticias/202504/rota-que-vai-ligar-sul-sudeste-e-centro-oeste-ao-pacifico-deve-comecar-a-operar-em-2026-diz-tebet

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UEMS realizará pesquisa sobre a dinâmica econômica em região de influência da Rota Bioceânica no Mato Grosso do Sul  https://rotabioceanicams.com.br/uems-realizara-pesquisa-sobre-a-dinamica-economica-em-regiao-de-influencia-da-rota-bioceanica-no-mato-grosso-do-sul/ https://rotabioceanicams.com.br/uems-realizara-pesquisa-sobre-a-dinamica-economica-em-regiao-de-influencia-da-rota-bioceanica-no-mato-grosso-do-sul/#respond Sat, 03 May 2025 13:06:58 +0000 https://rotabioceanicams.com.br/uems-realizara-pesquisa-sobre-a-dinamica-economica-em-regiao-de-influencia-da-rota-bioceanica-no-mato-grosso-do-sul/ Na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, por meio da Consultoria da Divisão de Pesquisa da instituição, foi aprovada recentemente a promissora pesquisa intitulada “Rota Bioceânica e Especialização Produtiva no Oeste de Mato Grosso do Sul”, com o objetivo de analisar a dinâmica econômica de 23 municípios localizados na área de influência da Rota Bioceânica, no período de 2002 a 2022. O estudo, que terá início em agosto de 2025 e se estenderá até julho de 2029, busca identificar padrões de especialização e localização produtiva na região, utilizando técnicas quantitativas e cartografia temática.

O Coordenador do Projeto, Professor Dr. Giovane Silveira da Silveira, que é docente efetivo do Curso de Ciências Econômicas da UEMS em Ponta Porã e também docente colaborador no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e de Sistemas Produtivos (PPGDRS), destacou a importância de alinhar o rigor acadêmico com a aplicabilidade prática. “Queremos conectar ciência, políticas públicas e mercado, oferecendo à Academia e à Sociedade um diagnóstico robusto que possa orientar decisões estratégicas para o desenvolvimento da região”, afirma.
 

O que é a Rota Bioceânica?

A Rota Bioceânica é a proposta de um corredor logístico estratégico que conectará o Brasil a portos no Chile e no Peru, facilitando a exportação e importação de produtos para o continente asiático. No estado de Mato Grosso do Sul, a rota exercerá influência sobre uma região de grande potencial econômico, composta por municípios como Campo Grande, Dourados, Ponta Porã, Bela Vista e Porto Murtinho, entre outros. Essas cidades, que variam de polos urbanos consolidados a áreas fronteiriças e zonas rurais, apresentam características socioeconômicas e ambientais únicas, que serão detalhadamente analisadas pelo projeto.
 

A pesquisa

Conforme explica o professor Giovane, a pesquisa utilizará como base os microdados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), que fornece informações sobre emprego formal por setor de atividade econômica, além de geodados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essas informações serão processadas e representadas com o auxílio de ferramentas como Python, R e QGIS, permitindo a avaliação métrica e visual da concentração setorial, mudanças temporais e análises espaciais relacionadas à infraestrutura logística.

Dividido em duas fases principais, o projeto, nos primeiros anos, tem como foco as métricas de especialização produtiva, enquanto nos anos finais, a prioridade será a análise locacional da região. Ao longo de todo o período, serão produzidos mapas temáticos que ligarão a especialização econômica com a logística, oferecendo um diagnóstico inédito sobre potencialidades, fragilidades e oportunidades para investimentos públicos e privados.

Os resultados da pesquisa devem contribuir significativamente para o avanço metodológico na integração de geotecnologias, além de fornecer subsídios para a geração de emprego e atração de investimentos. O estudo também servirá como base para a formulação de políticas públicas, posicionando a área de influência da Rota Bioceânica como um eixo central de desenvolvimento regional.

Entre os impactos esperados, destacam-se a identificação de clusters produtivos, como aqueles relacionados à agropecuária em áreas férteis, e o diagnóstico de vulnerabilidades, como a dependência setorial. A pesquisa também abordará temas como a integração produtiva entre o Brasil e a China.

Área de influência da Rota Bioceânica

O recorte espacial dos 23 municípios que compõem a área de influência da Rota Bioceânica no oeste de Mato Grosso do Sul incluem Antônio João, Aquidauana, Anastácio, Bandeirantes, Bela Vista, Bonito, Campo Grande, Caracol, Dois Irmãos do Buriti, Dourados, Guia Lopes da Laguna, Itaporã, Jaraguari, Jardim, Maracaju, Nioaque, Nova Alvorada, Ponta Porã, Porto Murtinho, Ribas do Rio Pardo, Rio Brilhante, Sidrolândia e Terenos. Essas localidades representam uma diversidade de realidades econômicas, desde áreas agrícolas e industriais até centros urbanos consolidados.

Com a conclusão prevista para 2029, “o projeto promete ser um marco no entendimento das dinâmicas econômicas e produtivas da região, contribuindo para o fortalecimento da Rota Bioceânica como um vetor de desenvolvimento sustentável e integrado”, conclui Giovane.

Fonte: Gisleine Rodrigues /UEMS

https://www.uems.br/noticias/detalhes/UEMS-realizara-pesquisa-sobre-a-dinamica-economica-da-porcao-oeste-de-Mato-Grosso-do-Sul-em-regiao-de-influencia-da-Rota-Bioceanica#:~:text=A%20Rota%20Bioceânica%20é%20a,produtos%20para%20o%20continente%20asiático.

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Como o Brasil exporta para a Ásia e como a Rota Bioceânica vai mudar tudo https://rotabioceanicams.com.br/como-o-brasil-exporta-para-a-asia-e-como-a-rota-bioceanica-vai-mudar-tudo/ https://rotabioceanicams.com.br/como-o-brasil-exporta-para-a-asia-e-como-a-rota-bioceanica-vai-mudar-tudo/#respond Wed, 30 Apr 2025 22:41:18 +0000 https://rotabioceanicams.com.br/?p=591 O agronegócio brasileiro está prestes a encurtar distâncias com os maiores mercados do mundo

O caminho atual: longa viagem até a Ásia

Hoje, os grãos, carnes e fibras produzidos no Brasil — especialmente no Centro-Oeste — percorrem um trajeto extenso e caro para chegar à Ásia. A produção segue por rodovias até os portos de Santos (SP) ou Paranaguá (PR) e, depois, viaja por navio:

  • Pelo Atlântico,
  • Passando pelo Canal do Panamá ou contornando o Estreito de Magalhães,
  • E só então chega ao Oceano Pacífico.

Tempo total? Até 35 dias.
Custo logístico? Alto.
Gargalos? Muitos — portos cheios, estradas saturadas e imprevisibilidade.

A Rota Bioceânica: uma nova saída para o Pacífico

Imagine trocar tudo isso por um caminho mais curto, mais barato e direto. É o que propõe a Rota de Integração Latino-Americana, mais conhecida como Rota Bioceânica.

De onde sai: Mato Grosso do Sul (Dourados, Maracaju, Porto Murtinho)
Por onde passa: Paraguai ➝ Argentina ➝ Chile
Onde chega: Portos de Antofagasta e Iquique, no norte do Chile
Para onde vai: Ásia, Oceania e costa oeste dos EUA

Essa rota elimina a necessidade de atravessar o Atlântico ou o Canal do Panamá. Com isso:

  • O tempo de viagem cai para cerca de 17 a 20 dias
  • O custo logístico pode cair até 30%
  • A exportação se torna mais eficiente e competitiva

Comparativo direto: presente x futuro

Um novo papel para Mato Grosso do Sul

Com a Rota Bioceânica, Mato Grosso do Sul se torna protagonista do comércio internacional. Cidades como Porto Murtinho, Maracaju e Dourados estarão no centro de um corredor logístico estratégico, conectando o agro brasileiro diretamente ao Pacífico e, dali, ao mundo.

Produtos beneficiados:

  • Soja e milho (grãos de exportação)
  • Carne bovina (in natura e industrializada)
  • Algodão e derivados
  • Outros produtos do agro e da indústria sul-mato-grossense

O resultado: mais exportações, mais empregos, mais investimentos em infraestrutura e mais oportunidades para toda a região.

A rota do futuro é agro e passa pelo Centro-Oeste

A Rota Bioceânica representa muito mais do que uma estrada. É uma porta de entrada para o mercado asiático e uma alavanca para o agronegócio brasileiro crescer com menos custo, mais velocidade e maior presença internacional.

Se o agro é pop, a Rota é global.

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O Novo Caminho do Agronegócio Brasileiro para o Mundo https://rotabioceanicams.com.br/o-novo-caminho-do-agronegocio-brasileiro-para-o-mundo/ https://rotabioceanicams.com.br/o-novo-caminho-do-agronegocio-brasileiro-para-o-mundo/#respond Wed, 30 Apr 2025 22:25:49 +0000 https://rotabioceanicams.com.br/?p=587 Um corredor estratégico para o escoamento da produção agropecuária

A Rota de Integração Latino-Americana, popularmente conhecida como Rota Bioceânica, é um projeto de infraestrutura rodoviária que conecta o Brasil aos portos do norte do Chile, no Oceano Pacífico, atravessando o Paraguai e a Argentina. Com cerca de 2.400 km de extensão, ela surge como um divisor de águas para o agronegócio brasileiro, especialmente para os produtores da Região Centro-Oeste.

Com a conclusão da ponte internacional entre Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta (Paraguai), o Brasil estará ligado diretamente a um novo corredor de exportação — mais curto, mais barato e mais eficiente. Para o setor agropecuário, isso representa a oportunidade de romper com a dependência dos portos do Sudeste e do Sul, criando um acesso estratégico aos mercados asiáticos, como China, Japão, Vietnã, Indonésia e Coreia do Sul.

5 grandes vantagens da Rota Bioceânica para o agronegócio brasileiro

1. Redução de custos logísticos

Atualmente, grande parte da produção de grãos (como soja, milho e algodão) precisa percorrer milhares de quilômetros até os portos de Santos (SP) ou Paranaguá (PR). A Rota Bioceânica encurta esse caminho, reduzindo em até 30% os custos com transporte, segundo estimativas do setor. Isso representa maior rentabilidade para o produtor rural e mais competitividade para o Brasil no comércio global.

2. Menor tempo de transporte até os mercados asiáticos

Com o escoamento pelos portos do Chile, os produtos brasileiros chegam à Ásia em até 17 dias, contra os 30 a 35 dias da rota tradicional pelo Canal do Panamá ou pelo Oceano Atlântico. Essa economia de tempo pode ser decisiva para produtos perecíveis ou safras sazonais.

3. Diversificação logística e redução da dependência portuária

A concentração das exportações em poucos corredores logísticos tem sido um gargalo histórico para o agro brasileiro. A Rota Bioceânica cria uma nova alternativa de escoamento, reduz a pressão sobre rodovias sobrecarregadas e portos congestionados, e torna o sistema logístico nacional mais resiliente e eficiente.

4. Integração regional e novos polos de desenvolvimento

Municípios do interior de Mato Grosso do Sul e da faixa de fronteira com o Paraguai passam a ocupar uma posição estratégica. Isso estimula investimentos em infraestrutura de armazenagem, transporte, agroindústria, tecnologia e serviços, impulsionando o desenvolvimento regional e gerando empregos no campo e nas cidades.

5. Acesso facilitado a insumos importados

Além de exportar com mais eficiência, o agro brasileiro poderá importar máquinas, fertilizantes, defensivos e componentes agrícolas com mais rapidez e menores custos, principalmente vindos da Ásia. Isso contribui para o aumento da produtividade e a modernização das propriedades rurais.

Um futuro de oportunidades para o campo brasileiro

Com a Rota Bioceânica, o Brasil abre uma nova janela para o comércio exterior, reposicionando o agronegócio no cenário internacional. A integração física entre os países sul-americanos amplia horizontes e coloca o Centro-Oeste brasileiro como protagonista em uma rota estratégica que combina logística, competitividade e sustentabilidade.

O futuro do agronegócio brasileiro será mais global, eficiente e descentralizado — e a Rota Bioceânica é o caminho.

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Paraguai aponta para março de 2026 conclusão da Ponte da Bioceânica na megaestrada que vai ligar o Brasil ao Chile https://rotabioceanicams.com.br/paraguai-aponta-para-marco-de-2026-conclusao-da-ponte-da-bioceanica-na-megaestrada-que-vai-ligar-o-brasil-ao-chile/ https://rotabioceanicams.com.br/paraguai-aponta-para-marco-de-2026-conclusao-da-ponte-da-bioceanica-na-megaestrada-que-vai-ligar-o-brasil-ao-chile/#respond Mon, 28 Apr 2025 15:58:58 +0000 https://rotabioceanicams.com.br/?p=582 A estrutura é fundamental para viabilizar a Rota Bioceânica rodoviária, uma megaestrada que possibilitará a ligação do oceano Atlântico ao Pacífico, no Chile, tendo Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, como ponto de saída do Brasil.

Por Anderson Viegas, g1 MS

O Ministério de Obras Públicas e Comunicações do Paraguai (MOPC) apontou para março de 2026 a conclusão das obras da Ponte da Bioceânica, que liga Porto Murtinho, no Brasil, a Carmelo Peralta, no Paraguai. A previsão foi feita após a visita ao canteiro de construção das ministras de Obras do Paraguai, Claudia Centurión, e do Chile, Jessica López. O projeto atingiu 62% de conclusão.

A estrutura é fundamental para viabilizar a Rota Bioceânica rodoviária, uma megaestrada que possibilitará a ligação do oceano Atlântico ao Pacífico, no Chile, tendo Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, como ponto de saída do Brasil.

“Há uma clara vontade dos presidentes da região em promover e apoiar obras de integração. O Corredor Bioceânico é uma grande obra que conecta quatro países: Brasil, Paraguai, Argentina e Chile”, comentou a ministra paraguaia.

A megaestrada, segundo estudos da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), pode encurtar em mais de 9,7 mil quilômetros a rota marítima das exportações brasileiras para a Ásia. Em uma viagem para a China, por exemplo, pode reduzir o tempo em 23%, cerca de 12 dias a menos.

Ponte da Bioceânica, sobre o rio Paraguai, é fundamental para viabilizar o corredor bioceânico — Foto: Toninho Ruiz

Ponte da Bioceânica, sobre o rio Paraguai, é fundamental para viabilizar o corredor bioceânico — Foto: Toninho Ruiz

A ponte está sendo construída por um consórcio binacional, com investimento de R$ 575,5 milhões da administração paraguaia da Itaipu. A estrutura tem uma extensão de 1.294 metros, dividida em três trechos: dois formarão os viadutos de acesso em ambos os lados, e um corresponderá à parte estaiada, com 632 metros sobre o rio Paraguai, incluindo um vão central de 350 metros. Os pilares, elementos centrais da ponte estaiada, alcançarão 130 metros de altura.

A obra incorpora inovações em segurança e acessibilidade, incluindo faixas de rodagem de 3,60 metros, acostamentos de 3 metros, ciclovia e calçada para pedestres. Um elemento distintivo será o sistema de mastros, projetado como portais simbólicos entre os dois países.

A ordem de serviço para a ponte foi emitida no dia 13 de dezembro de 2021.

Quanto à conectividade terrestre, já foram iniciados os processos de licitação no lado de Carmelo Peralta, cujo acesso terá 3,8 quilômetros.

No lado brasileiro, avança também a construção do acesso que ligará a BR-267 à ponte. Essa obra está orçada em R$ 427 milhões e vem sendo executada pelo Consórcio PDC Fronteira, com recursos do governo brasileiro, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Além da alça de 13,1 quilômetros que ligará a rodovia à ponte, também está sendo construído o contorno rodoviário em Porto Murtinho e o centro aduaneiro, que fará o controle do acesso entre o Brasil e o Paraguai.

A obra foi iniciada em 20 de setembro, e o prazo de conclusão é de 26 meses. O consórcio responsável já está realizando a limpeza na área de abrangência do acesso e o isolamento de toda a extensão do trecho.

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UEMS participa do “Encontro de Alto Nível Brasil-Chile sobre a Rota 4 – Bioceânica de Capricórnio” nesta terça (24) https://rotabioceanicams.com.br/uems-participa-do-encontro-de-alto-nivel-brasil-chile-sobre-a-rota-4-bioceanica-de-capricornio-nesta-terca-24/ https://rotabioceanicams.com.br/uems-participa-do-encontro-de-alto-nivel-brasil-chile-sobre-a-rota-4-bioceanica-de-capricornio-nesta-terca-24/#respond Fri, 25 Apr 2025 18:56:27 +0000 https://rotabioceanicams.com.br/uems-participa-do-encontro-de-alto-nivel-brasil-chile-sobre-a-rota-4-bioceanica-de-capricornio-nesta-terca-24/ A Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) participou nesta terça-feira (23) do “Encontro de Alto Nível Brasil-Chile sobre a Rota 4 – Bioceânica de Capricórnio”, evento organizado pelo Governo Federal do Brasil juntamente com o Governo chileno, que ocorreu na sede da Confederação Nacional da Indústria – CNI, em Brasília/DF. Participaram a titular do Ministério de Planejamento e Orçamento (MPO), Simone Tebet, que esteve acompanhada do presidente chileno Gabriel Boric e por integrantes da alta cúpula dos dois países. O governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, também esteve presente como liderança maior do Estado de onde tem início a Rota Bioceânica, a partir do município de Porto Murtinho.

A UEMS recebeu convite oficial da Secretaria de Articulação Institucional do Governo Federal e esteve representada pelo reitor Laércio de Carvalho, que participou da “Mesa Redonda de Oportunidades de Negócios e Investimentos do Corredor Bioceânico de Capricórnio”. Demais autoridades como o responsável pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (SEMADESC), Jaime Verruck, o presidente da Federação das Indústrias do MS (Fiems) e vice-presidente da CNI (Confederação Nacional das Indústrias), Sérgio Longen, e o reitor da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Jones Dari Goettert, também acompanharam a Mesa.

Para o governador Eduardo Riedel, que integrou a mesa redonda “Oportunidades de Negócios e Investimentos para o Corredor Bioceânico”, as relações comerciais entre Mato Grosso do Sul e o Chile estão harmônicas e a rota estará operacional em 2027, se consolidando como um marco de desenvolvimento para o continente sul-americano. 

Mesa de autoridades e Laércio de Carvalho com demais autoridades, dentre as quais o secretário de Estado de MS, Jaime Verruck (Semadesc).

“Mato Grosso do Sul vai ser muito beneficiado. Nós estamos fazendo investimentos extremamente robustos de mais de 2 bilhões de reais em pavimentação de rodovias dentro do Estado para acessar a rota. A ponte entre o Paraná e Mato Grosso do Sul, olhando para a rota. Então, vai se desdobrando numa série de investimentos para todas as regiões do País. O Chile apresentou hoje aqui um plano de investimento e o Brasil tem investimentos tanto do governo federal quanto do Governo do Estado. Em 2027, a expectativa é que a rota esteja operacional. Isso é extremamente positivo para todos os envolvidos. O Mato Grosso do Sul sozinho exportou ao Chile 209 milhões de dólares em 2024 e importou 197 milhões de dólares. Estamos com uma expectativa de um aumento muito significativo diante dos sinais do empresariado em relação às oportunidades apresentadas aqui”, completou Riedel.

Ao fazer uma apresentação sobre as cinco rotas previstas de integração comercial sul-americana, a ministra de Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, declarou que todas estão contempladas no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e que a ponte que liga Porto Murtinho a Carmelo Peralta, no Paraguai, já está com 70% das obras concluídas. com prazo de entrega para maio de 2026 . “Há pelo menos 50 anos, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina conversam sobre essa rota bioceânica. A Rota 4 [Bioceânica] significa investimentos e negócios. Sabemos que o Brasil é o terceiro maior parceiro comercial do Chile. O povo chileno já é a terceira maior população turística. Quando falamos de turismo, estamos falando da indústria, estamos falando de integração”, completou a ministra.

“Representar a UEMS num evento desta relevância, a convite do Ministério de Planejamento e Orçamento, é uma honra. É um capítulo muito importante da contribuição de nossa Universidade para o Brasil, o MS e os demais países que compõem a Rota Biocêanica. Estar presente aqui reflete a participação ativa da UEMS do desenvolvimento do nosso Estado, com parcerias públicas e privadas, no sentido de melhorar a vida da sociedade. Apresentar as potencialidades do programa UEMS na Rota é essencial para compreendermos os desdobramentos deste importante eixo trabalhado por mais de uma centena de pesquisadores de nossa intuição”, destacou Laércio.

Contexto da reunião bilateral Brasil-Chile

O presidente do Chile, Gabriel Boric, chegou ao Brasil nesta terça (22), sendo recebido pelo presidente Lula e ministros do Governo Federal, entre eles a ministra Simone Tebet (MPO). Os dois presidentes reforçaram no encontro a importância de promover a integração comercial entre os dois países. O presidente Lula citou o projeto das 5 Rotas de Integração Sul-Americana, liderado pelo MPO, apontando que é uma prioridade para o atual governo.

Durante a tarde ocorreu o Fórum Empresarial Brasil-Chile que reuniu autoridades dos dois países e líderes empresariais com um objetivo claro: destravar o imenso potencial comercial da região, encurtando distâncias e reduzindo custos com a criação das Rotas. Dados do MPO apontam que é urgente ampliar o intercâmbio regional, hoje, muito abaixo dos níveis observados na Europa (62%), na Ásia (58%) e na América do Norte (40%). No Brasil, conforme o secretário de Articulação Institucional do MPO, João Villaverde.

Foram assinados 13 acordos e memorandos entre os dois países em diversas áreas como justiça e segurança pública, defesa, ciência e tecnologia, cultura, pesca e aquicultura, agricultura, pecuária e inteligência artificial. Um dos principais pontos abordados durante a reunião bilateral de Boric e Lula foi a necessidade de aprimorar a infraestrutura regional. 

Entre os projetos nessa área está o Rotas de Integração Sul-Americana, com enfoque especial nos avanços da Rota Bioceânica de Capricórnio, que liga os portos brasileiros nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina, aos portos de Iquique, Mejillones e Antofagasta, no Chile. A previsão é que a infraestrutura dessa rota seja concluída até 2026, ainda durante o atual mandato do presidente Lula.

De janeiro a março de 2025, o intercâmbio comercial entre os países foi de cerca de US$ 2,7 bilhões. No período, o Brasil exportou US$ 1,56 bilhão e importou US$ 1,21 bilhão, o que fez com que o país atingisse um superávit de US$ 350 milhões. Entre os principais produtos brasileiros exportados ao Chile, encontram-se óleos brutos de petróleo, carnes, automóveis e tratores. O Brasil, por sua vez, importa do Chile principalmente salmão, vinhos e derivados de cobre.

Laércio de Carvalho e reitores e autoridades presentes ao evento.

O Brasil concentra o maior estoque de investimentos externos chilenos no mundo, e as empresas chilenas que atuam no Brasil se distribuem por áreas tão distintas quanto papel e celulose, varejo e energia. O Brasil, por sua vez, registra investimentos na economia chilena em setores como energia, serviços financeiros, alimentos, mineração, siderurgia, construção e fármacos.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, chegou ao Brasil nesta terça (22/4). Pela manhã ele foi recebido pelo presidente Lula e ministros do Governo, entre eles a ministra Simone Tebet. Os dois presidentes reforçaram no encontro a importância de promover a integração comercial entre os dois países. O presidente Lula citou o projeto das 5 Rotas de Integração Sul-Americana, liderado aqui pelo #MPO, apontando que é uma prioridade para o seu governo.

Durante a tarde ocorreu o Fórum Empresarial Brasil-Chile que reuniu autoridades dos dois países e líderes empresariais com um objetivo claro: destravar o imenso potencial comercial da região, encurtando distâncias e reduzindo custos com a criação das Rotas.

A visita de Boric ao Brasil reforça não apenas a cooperação bilateral, mas também a importância da integração regional frente a um ambiente global desafiador. Com a nova rota bioceânica em andamento e esforços para manter mercados abertos, o Chile aposta em parcerias estratégicas para garantir crescimento e estabilidade.

O Programa Institucional UEMS na Rota

O Programa UEMS na Rota Bioceânica reúne 138 pesquisadores da UEMS, 87 bolsistas de PIBIC, PIBEX e Stricto Sensu. É pioneiro no Estado de Mato Grosso do Sul por reunir de forma transdisciplinar significativa, número de pesquisadores voltados para a busca de resultados para a sociedade, com foco no Corredor Bioceânico.

Trata-se de uma iniciativa inovadora para o desenvolvimento de ações, produções de dados científicos, indicadores de investimentos, resultados de estudos, produtos gerados por bolsistas e pesquisadores, bem como de acompanhamento e monitoramento das ações de pesquisa, extensão e ensino, nas mais diversas áreas multidisciplinares.

O Programa busca fornecer resultados que impactam a sociedade no corredor bioceânico. De forma inovadora e integrada, o projeto busca promover e fomentar o desenvolvimento econômico e social sustentável de pesquisas, extensão e ensino nas mais diversas áreas multidisciplinares dos mais altos graus acadêmicos de especialidades.

Na foto, os Reitores: Laércio de Carvalho (UEMS); Jones Goetertt (UFGD); Marcos Cikutovic (Universidad de Antofagasta); Alberto Martinez (Universidad Arturo Prat). E os Governadores: Eduardo Riedel (Mato Grosso do Sul/BR); Ricardo Díaz (Antofagasta/CH), José Miguel Carvajal (Taparacá/CH). 

Para atender as exigências e as demandas, serão contemplados: cartas de serviços, cursos de qualificação e capacitação, ações sociais nas comunidades, treinamentos, consultorias, planejamentos estratégicos e desenvolvimento de tecnologias. Os produtos do Programa UEMS na Rota são importantes para subsidiar o planejamento de políticas públicas como vistas a preparar, acompanhar e dar suporte às esferas federal, estadual e municipal, nas instâncias educacional, social, cultural, científica, política e econômica.

Coordenado pelo prof. Dr. Ruberval Maciel, o UEMS na Rota integra um eixo importante de projetos institucionais da UEMS inseridos nos Contratos de Gestão do Governo Estadual de Mato Grosso do Sul. Com informações da Agência Gov, do Governo Federal, e da Agência de Notícias do Estado de MS, pelo repórter Alexandre Gonzaga.

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Presidente Lula recebe Boric e defende integração sul-americana https://rotabioceanicams.com.br/presidente-lula-recebe-boric-e-defende-integracao-sul-americana/ https://rotabioceanicams.com.br/presidente-lula-recebe-boric-e-defende-integracao-sul-americana/#respond Tue, 22 Apr 2025 22:47:22 +0000 https://rotabioceanicams.com.br/presidente-lula-recebe-boric-e-defende-integracao-sul-americana/ Brasília (DF), 22/04/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Chile, Gabriel Boric, participam de reunião ampliada com a presença de ministros, no Palácio do Planalto. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
© Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta terça-feira (22), não querer uma nova guerra fria nem optar entre Estados Unidos ou China. Ao receber o presidente do Chile, Gabriel Boric, para visita de Estado no Palácio do Planalto, Lula defendeu ainda a integração dos países da América do Sul e a cordialidade nas relações comerciais.

“A nós, brasileiros, não agrada essa disputa estabelecida pelo presidente [dos Estados Unidos, Donald] Trump. Eu acho que ela não é conveniente para os Estados Unidos, não é conveniente para a China e não é conveniente para nenhum país do mundo”, disse Lula.

O presidente brasileiro se referia à política protecionista do mandatário norte-americano, que estabeleceu altas tarifas de importação no país, especialmente para a China, que respondeu com reciprocidade.

“Eu não quero guerra fria, eu não quero fazer opção entre Estados Unidos ou China. Eu quero ter relações com os Estados Unidos, quero ter relação com a China. Eu não quero ter preferência sobre um ou sobre o outro. Quem tem que ter preferência são todos os meus empresários, que querem negociar. Mas eu, não. Eu quero negociar com todo mundo. Eu quero vender e comprar, fazer parceria”, reforçou.

Para Lula, a democracia, o multilateralismo e o livre comércio precisam ser consolidados no mundo. “A geopolítica do mundo não é feita de ocasiões. Ela tem que ser perene, e nós precisamos construir instituições que deem segurança ao exercício da democracia, independentemente de quem seja o presidente da República”, afirmou.  

Brasília (DF), 22/04/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante declaração à imprensa juntamente do presidente do Chile, Gabriel Boric, no Palácio do Planalto. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Integração

O presidente afirmou que é “obcecado pela integração” e que o Brasil tem o papel de ser um país indutor do desenvolvimento na região, “pelo tamanho e pela importância econômica que tem”. “Um país como o Chile, a Bolívia, o Equador, o Uruguai, mesmo o Brasil, que é um país grande territorialmente, mas economicamente e tecnologicamente ainda é fraco diante do que poderia ser, quando você vai negociar com uma grande potência, você fica muito vulnerável”, explicou.

Lula argumentou que é preciso diversificar as relações comerciais e procurar novos parceiros e aprendizados. Caso contrário, os países latino-americanos podem viver “mais um século pobres”.

“Os Estados Unidos poderiam ter financiado o desenvolvimento em El Salvador, na Guatemala, em Honduras. Ali, todo mundo poderia ser um satélite de desenvolvimento extraordinário. Mas continua todo mundo pobre”, afirmou, criticando o tratamento dado pelo país norte-americano aos imigrantes da América Latina. “Então, todo mundo quer viajar para os Estados Unidos para ver se melhora de vida. Depois de ajudar a construir a riqueza americana, aparece um presidente que os trata como inimigos. Latino-americano agora é tudo inimigo”, acrescentou.

“O mundo não pode ser induzido à raiva, ao ódio, ao preconceito, à perseguição”, complementou o presidente brasileiro.

O presidente chileno, Gabriel Boric, endossou as palavras de Lula e afirmou que o Chile é contra a politização arbitrária do comércio e que, “em tempos de incerteza”, é sempre importante estar próximo de países aliados.

Brasília (DF), 22/04/2025 - O presidente do Chile, Gabriel Boric, durante declaração à imprensa, no Palácio do Planalto. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Atos assinados

A visita do chileno ao Brasil é parte da primeira comemoração do Dia da Amizade entre Chile e Brasil, estabelecido no ano passado e que celebra o início das relações diplomáticas em 22 de abril de 1836.

Durante a cerimônia foram assinados os seguintes atos entre os dois países:

  • Memorando de entendimento para cooperação em inteligência artificial (IA) para a criação de sistemas de IA que favoreçam o desenvolvimento regional, com foco na inclusão dos diversos idiomas e expressões culturais da América Latina;
  • Memorando de entendimento para fortalecer a agricultura familiar em ambos os países, tendo em conta o desenvolvimento agrícola e rural sustentáveis, o aumento da produção e a redução das perdas de alimentos, a agroecologia e a agricultura orgânica e inclusiva;
  • Memorando de entendimento sobre cooperação em assuntos consulares e migratórios, que cria a comissão bilateral para formular iniciativas sobre o intercâmbio de informações relativas à assistência consular e aos movimentos migratórios;
  • Acordo de cooperação sobre segurança pública, com foco na prevenção e no combate ao crime organizado transnacional;
  • Tratado sobre assistência jurídica em matéria penal, que permitirá que os governos de Brasil e Chile se prestem assistência jurídica um ao outro em procedimentos penais, relativos à investigação e à persecução de crimes;
  • Acordo de coprodução audiovisual, que pretende facilitar as coproduções audiovisuais entre Brasil e Chile, contribuindo para as indústrias cinematográfica e audiovisual de ambos os países, fomentando o intercâmbio cultural;
  • Memorando de entendimento para intercâmbio de oficias instrutores nos centros de operações de paz, para a capacitação de pessoal para atuação em missões de paz das Nações Unidas, com o objetivo de contribuir para a paz e segurança internacionais;
  • Memorando de entendimento entre as agências de promoção Apex e Prochile, para fortalecer as relações comerciais entre Chile e Brasil, bem como promover ambos os países em terceiros mercados e aumentar o intercâmbio comercial.

Além dos acordos e memorandos assinados durante a cerimônia, também foram firmados outros novos atos nos seguintes temas: colaboração acadêmica em defesa; intercâmbio de artistas e difusão recíproca da arte; incentivo a micro e pequenas empresas e cooperativas; área de pesca; e uso de certificação eletrônica para comércio de produtos de origem animal.

Após a agenda no Palácio do Planalto, as autoridades seguiram para o Palácio Itamaraty, onde estava programado um almoço. Ainda hoje, Lula e Boric participam do encerramento do Foro Empresarial Chile-Brasil, na Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.

Brasília (DF), 22/04/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe o presidente do Chile, Gabriel Boric, em cerimônia oficial, no Palácio do Planalto. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Diversificação

A visita do chileno Gabriel Boric busca promover a diversificação das relações entre Brasil e Chile, com uma maior integração logística e comercial. Nesta quarta-feira (23), ele também participa de um evento que vai discutir o Corredor Bioceânico, via que ligará o Centro-Oeste brasileiro aos portos do Norte do Chile.

A obra de infraestrutura, também em parceria com Paraguai e Argentina, estará concluída em pouco tempo, e os países discutem, agora, como garantir que os serviços fronteiriços e logísticos sejam ágeis e modernos. Os portos chilenos deverão desempenhar parte central da logística para o acesso a mercados do Pacífico. “Isso é integração, não somente fotos de cúpulas [de líderes]”, disse Boric.

O presidente chileno lembrou ainda a visita oficial que o presidente Lula fez ao Chile, em agosto do ano passado, com uma grande comitiva de ministros e empresários, quando foram assinados 19 atos bilaterais. “Isso mostra como é profunda essa relação e a tremenda diversidade que queremos trabalhar”, afirmou.

Os dois países têm mais de 100 acordos bilaterais em vigor e um comércio equilibrado, mas ainda pouco diversificado na visão do chileno. Entre os setores que podem ser explorados, Boric citou investimentos financeiros, transporte e tecnologia da informação.

O Brasil é o terceiro maior parceiro comercial do Chile, com um intercâmbio comercial que atinge US$ 12 bilhões por ano. O país vizinho exporta para o mercado brasileiro, basicamente, cobre, pescados e minérios. O Brasil também é o primeiro destino das exportações de vinho.

Por outro lado, o Chile é o sexto maior destino das exportações do Brasil; sendo petróleo, carne bovina e automóveis os principais produtos exportados.

O Brasil é o maior investidor latino-americano dentro do Chile, em setores como energia, serviços financeiros, alimentos, mineração, construção e fármacos.

No sentido inverso, o país também é o principal destino dos investimentos chilenos no exterior, com quase 30% do estoque total. As empresas chilenas atuam no Brasil em áreas como celulose, varejo e energia, sendo a companhia aérea Latam a maior empresa chilena em operação no Brasil.

Brasília (DF), 22/04/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe o presidente do Chile, Gabriel Boric, em cerimônia oficial, no Palácio do Planalto. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Rota de Integração Latino-Americana (RILA) para o desenvolvimento turístico https://rotabioceanicams.com.br/rota-de-integracao-latino-americana-rila-para-o-desenvolvimento-turistico/ https://rotabioceanicams.com.br/rota-de-integracao-latino-americana-rila-para-o-desenvolvimento-turistico/#respond Tue, 22 Apr 2025 22:32:10 +0000 https://rotabioceanicams.com.br/rota-de-integracao-latino-americana-rila-para-o-desenvolvimento-turistico/  Resumir

Route of Latin American Integration (RILA) for tourism development

Resumo:

Este artigo trata sobre a Rota de Integração Latino-Americana (RILA) ou Rota Bioceânica, fomentando como tal rota pode contribuir para o desenvolvimento local de Mato Grosso do Sul e, consequentemente, dos países que permeiam o trajeto completo do corredor, no olhar voltado ao desenvolvimento turístico. A pesquisa pautou-se de entrevistas semiestruturadas direcionadas aos gestores que participaram da caravana de teste da II Rota de Integração Latino-Americano (denominada Rila), realizada em agosto de 2017.

Palavras-chave:
Rota Bioceânica; logística; turismo; desenvolvimento local

Abstract:

This article deals with the Latin American Integration Route (RILA) or Bioceanic Route, promoting how such route can contribute to the local development of Mato Grosso do Sul and, consequently, of the countries that permeate the complete path of the corridor, development. The research was based on semi-structured interviews directed to the managers who participated in the test caravan of the II Latin American Integration Route (called Rila), held in August 2017.

Keywords:
Bioceânica Route; logistics; tourism; local development

Resumen:

Este artículo trata sobre la Ruta de Integración Latinoamericana (RILA) o Ruta Bioceánica, fomentando como tal ruta puede contribuir al desarrollo local de Mato Grosso del Sur y, consecuentemente, de los países que permean el trayecto completo del corredor, en la mirada volcada al desarrollo turístico. La encuesta se basó en entrevistas semiestructuradas dirigidas a los gestores que participaron en la caravana de prueba de la II Ruta de Integración Latinoamericana (denominada Rila), realizada en agosto de 2017.

Palabras clave:
Ruta Bioceánica; logística; turismo; desarrollo local

1 INTRODUÇÃO

O Corredor Bioceânico é tema de discussão no Brasil e, especificamente em Mato Grosso do Sul, desde meados de 2006 (mesmo que em menor escala), porém só em 2017 houve uma maturação a respeito do tema e, mais especificamente nesse ofício, a ênfase volta-se às potencialidades da efetivação do Corredor para Mato Grosso do Sul. A sua operacionalização é movida, inicialmente, por um viés para a atividade de logística e transporte como alternativa para escoar grãos e fomentar uma distribuição mais acelerada da produção e, em segundo plano, pelo turismo.

Caso venha a se concretizar, o Corredor tem como vetor ligar Mato Grosso do Sul, na fronteira de Porto Murtinho com a República do Paraguai, a partir de uma nova ponte (o trecho é feito há mais de duas décadas via balsa), passando pelo Paraguai e pela Argentina até chegar ao Chile. A sua construção poderá incrementar a economia sul-mato-grossense, em relação às empresas de logística e para o fortalecimento de novas (e velhas) potencialidades turísticas.

Pretende-se, com este trabalho, tecer considerações iniciais acerca do Corredor Bioceânico e da possível rota turística dos países pelos quais passará. Para tanto, estabeleceu-se o seguinte roteiro de pesquisa: 1) o mapeamento dos municípios e das cidades que ladeiam o Corredor, 2) os principais atrativos turísticos locais e 3) as potencialidades turísticas a serem diagnosticadas.

A metodologia utilizada é a pesquisa qualitativa, bibliográfica e documental, com entrevistas semiestruturadas em material fornecido pela Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG-MS), entidade responsável por conduzir representantes comerciais em uma caravana de reconhecimento do trajeto como um todo. A pesquisa bibliográfica norteou-se, inicialmente, a partir de periódicos encontrados na plataforma Capes por meio das palavras chaves “Rota Bioceânica” e “Corredor Bioceânico”.

Ademais, procurou-se, com tal iniciativa, discorrer sobre a importância da Rota para o desenvolvimento local e para o fortalecimento da integração entre os países pertencentes ao Corredor Bioceânico.

2 O CORREDOR BIOCEÂNICO: O URBANO E A INFRAESTRUTURA LOGÍSTICA

Tema relativamente novo em Mato Grosso do Sul, a tônica do Corredor Bioceânico tem apenas correlacionadas no meio acadêmico uma monografia e uma dissertação de mestrado no estado de Mato Grosso do Sul. É preciso, portanto, que, simultaneamente à intensificação das ações voltadas ao Corredor, sejam realizadas pesquisas mais aprofundadas que venham atender às interfaces históricas, culturais, econômicas, sociais e turísticas.

O Corredor Rodoviário Bioceânico, como um dos elementos de suporte da Rota de Integração Latino-Americana (Rila), terá cerca de 2,2 mil quilômetros de percurso entre Campo Grande e os portos do norte do Chile. O início dos trabalhos relativos à abertura da Rota de Integração intensificou-se a partir da segunda expedição realizada por empresários do Estado e do poder público, denominada Rila, no período de 25 de agosto a 2 de setembro de 2017. A primeira expedição foi feita em meados de 2013. Houve ainda outras três viagens isoladas por caminhos que pudessem viabilizar (e encurtar) o percurso, como um trecho pela Bolívia, porém a falta de infraestrutura nas estradas daquele país e motivações históricas, inclusive de guerra entre o Chile e a Bolívia (1879-1883), que bloqueou o acesso ao mar à Bolívia, impossibilitou a viabilização da Rota de Integração por aquele país. Para ilustrar os municípios e os distrito-sedes que ladeiam o trajeto, conforme primeiro objetivo ocorre mapeá-los. Dessa forma, em conformidade com a figura 1, norteada por setas considera-se a saída e o retorno a cidade de Campo Grande.

Figura 1
Mapa da Rota de Integração Latino-Americana (Rila)

Ao mapear o roteiro por completo, percebe-se a passagem por 12 localidades, ao longo de todo o Corredor Bioceânico, que é o eixo integrador da Rota de Integração Latino-Americana. O primeiro tratado internacional já firmado diz respeito à construção de uma ponte no Brasil, ligando Porto Murtinho (2) a Carmelo Peralta (3), no Paraguai, ilustrado na forma de numeração conforme mapa (Figura 1). Esta obra deverá ser financiada pelos dois países. Estima-se que a ponte terá 500 metros de comprimento.

Com o rompimento dessa barreira geográfica, além da redução de rota marítima para a exportação de produtos para outros continentes, avaliam-se, pelo lado paraguaio, trâmites que facilitem a pavimentação de rodovias (cerca de 500 km), e outros 24 km na Argentina, no intuito de facilitar a logística, e, em segunda ordem, potencializar o turismo ao longo do Corredor. No trecho paraguaio, que é o mais delicado, já existe um processo de licitação em andamento, para, em seguida, iniciar o projeto de pavimentação.

Segundo o Secretário Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar de Mato Grosso do Sul MS (Semagro), a viabilização desse Corredor possibilitará ao turista visitar o Pantanal e a cidade de Bonito, seguir para o Chaco Paraguaio, conhecer a região de Salta na Argentina, finalizando o roteiro no Deserto do Atacama, no Chile. A ressalva é o fato de que é necessário desenvolver primeiramente a Rota de Integração, para que todos os países sejam beneficiados.

Alguns pressupostos para a facilitação do desenvolvimento de infraestrutura do trajeto e da desburocratização resumem-se em i) simplificação dos processos alfandegários nas divisas entre os países; ii) pavimentação de cerca de 530 km em trechos de estrada na Argentina e Paraguai; iii) promoção de meios de sinalização turística; iv) capacitação de pessoas com relação aos atrativos da Rota de Integração, desde os que já existem até outros que possam ser viabilizados com a sua abertura, assim como v) a integração cultural que envolve o Corredor Rodoviário, por estabelecer trajeto e relações entre quatro países da América do Sul.

Uma problemática inicial que ocorre é na passagem da fronteira de Porto Murtinho, no Brasil, para Carmelo Peralta, no Paraguai. Esta atualmente é realizada por uma pequena balsa e, dependendo do modelo do veículo e do peso, dá-se passagem apenas para quatro veículos por vez. Numa eventual viagem de grupo, dependendo do número de pessoas, tal trecho praticamente inviabilizaria esse tipo de viagem. Daí a necessidade premente da ponte, como ponto de partida para a implantação do Corredor Rodoviário Bioceânico. Na atual conjuntura, a logística para a passagem de ônibus inviabiliza o turismo para grupos maiores e de caminhões, dificultando o transporte de mercadorias em maior escala.

Estima-se, a partir da construção da ponte, segundo o empresário e presidente do Sindicado das Empresas de Transporte e Logística de Mato Grosso do Sul (SETLOG), um dos idealizadores da Rila, uma redução de cerca de até 12% do preço do frete, com ressalvas de que a produção no Estado pode aumentar e gerar mais divisas entre os países que fazem parte do Corredor Rodoviário.

Ao resumir os resultados da última caravana empresarial de estudo de viabilidade do Corredor, Claudio Cavol, Presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas e Logística/MS, menciona aspectos positivos que vão além da vontade política dos quatro países:

Foi percebido ao longo do caminho as manifestações de apoio da população das cidades por onde o corredor vai passar, demonstrando a esperança de que junto com a rota chegue também desenvolvimento, emprego e renda. Isso foi o mais marcante de toda a viagem.

Segundo Ezequiel Resende, Coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Federação das Indústrias do Mato Grosso do Sul (Fiems), além do ganho de tempo e redução de custos com transporte e logística, há novas possibilidades de negócios no Corredor Rodoviário, pois “será necessário construir todo o aparato de suporte, como postos de combustível, serviços relacionados à manutenção e reparação de veículos, alimentação, hospedagem”.

O projeto conta ainda com a aprovação de comunidades menonitas, imigrantes alemães cristãos, que povoam as margens do Corredor Rodoviário em trechos paraguaio e argentino. A característica cultural intrínseca a cada comunidade que engloba o contexto do Corredor é mais um dos pressupostos a serem explorados pelo turismo. Além de se tornar mais um acesso ao Oceano Pacífico, ocorre mencionar o fomento à união dos povos integrantes do Corredor Bioceânico. Daí o sentido da Rota de Integração Latino-Americana.

O trecho chileno é considerado o mais preparado do Corredor, por conta da infraestrutura das rodovias e pela alta capacidade de carga dos portos de Iquique, Mejillones e Antofagasta, sem a necessidade de reformas ou maiores reparos. Ocorre apenas uma retificação em relação à aduana (órgão público que fiscaliza entrada e saída de mercadorias) na fronteira argentina. Tal órgão abre às 8 horas e fecha às 18 horas por questões de segurança, frio intenso, ausência de pontos de apoio e sinal de telefonia, que dificulta as chamadas em casos de emergência.

O que merece ser enfatizado neste contexto, é o turismo de contemplação presente em grande parte do Corredor, com destaque para o deserto de sal de Salinas Grandes, próximo de San Salvador de Jujuy, na Argentina, numa extensão de 12 mil hectares, além de trecho da Cordilheira dos Andes e do Deserto de Atacama, no trecho Chileno.

3 POTENCIALIDADES TURÍSTICAS E DESENVOLVIMENTO LOCAL

A Rota de Integração Latino-Americana, com a implantação do Corredor Rodoviário, possibilitará ligar o Oceano Atlântico ao Pacífico. Sua viabilização começará com a construção da ponte entre Porto Murtinho (Brasil) e Carmelo Peralta (Paraguai). No fim, o Corredor Rodoviário irá agilizar as exportações brasileiras para os países asiáticos e a costa oeste americana pelo Oceano Pacífico. A partir dessa viabilização logística, dá-se a potencialidade de alavancar o turismo em toda a região. O Corredor Rodoviário é, portanto, um dos elementos importantes da Rota de Integração.

Como sumarizam , o potencial é um conceito orientador nas práticas médicas, objeto de políticas de nomeação e enquadramento (naming e framing). Segundo , são três os significados de potencialidade:

The first denotes a hidden force determined to manifest itself – something that with or without intervention has its future built into it. The second refers to genuine plasticity – the capacity to transmute into something completely different. The third suggests a latent possibility imagined as open to choice, a quality perceived as available to human modification and direction trough which people can work to propel and object or subject to become something other than it is.

Assim, interessa ainda abordar o potencial do turismo da região por meio de reportagens da mídia jornalística e da academia dos países participantes do Corredor, considerados como interlocutores deste trabalho, vista a ocorrência de pouquíssimos trabalhos científicos sobre o tema. Por exemplo, citando como fonte jornalística, o G1, no Brasil, pode-se observar um total de 24 reportagens sobre o Corredor Bioceânico, em 2017. A mídia argentina coloca em destaque a exportação do vinho entre os países coparceiros da Rota de Integração Latino-Americana, fato que será ponderado neste trabalho.

O lado paraguaio poderá se beneficiar de forma dupla. Primeiro, com a construção da ponte em Carmelo Peralta, divisa com Porto Murtinho, trazendo maior desenvolvimento na cidade fronteiriça com o Brasil e todo o aporte duplo binacional, na construção eventual da ponte, que proporcionará mais geração de emprego e de divisas, além da facilitação do turismo rodoviário rumo a San Pedro do Atacama, destino principal do Corredor Rodoviário, no Chile.

Em segundo plano, dá-se também o desenvolvimento de um segundo segmento da Rota de Integração, nesse caso fundamentalmente econômico e comercial, o chamado corredor em massa (em espanhol chamado de “corredor granelero”), que se trata de um acordo desenhado entre o governo paraguaio e o do Brasil. O acordo gira em torno da permissão de tráfego de caminhões bitrens por todo território paraguaio, possibilitando maior competitividade ao setor de transportes nesse país. Segundo reportagem do jornal paraguaio La Nación(2018), tal determinação remonta o transporte de um milhão de toneladas de grãos, que é 10% de tudo o que o Paraguai já produz. Ou seja, é uma quantidade adicional do que foi produzido até fim de 2017, e que os caminhões paraguaios já transportam.

Em relação às universidades, os projetos de projetos de pesquisa celebrados em agosto de 2017, com visão de futuro para a integração entre universidades dos países do Corredor, conforme reportagem do G1 (), destaca-se que

A equipe da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) que participou da rota, com o reitor, Fábio Edir, com o assessor de relações internacionais Ruberval Maciel e o coordenador do Grupo de Estudos em Fronteira, Turismo e Território, Roberto Paixão, formalizou parcerias com duas instituições da região, a Universidade Nacional de Jujuy e Universidade Nacional de Salta.

Ademais, cabe ressaltar a descoberta de lugares ainda pouco conhecidos como atrativos de massa, mas que a partir da iniciativa de parceria entre os países, despontam como potencialidades reais de destinação turística, ao menos complementar às já conhecidas (destaque para o deserto de Atacama), como Antofagasta, no Chile, quinta maior população do país.

O turismo cultural com destaque gastronômico para a região de Salta, no norte da Argentina, cidade conhecida pela produção de vinhos, carne e feijão será beneficiada com a abertura do Corredor Rodoviário Bioceânico. No local são relevantes os patrimônios históricos como museus, igrejas, praças e casas no estilo europeu.

Por turismo cultural, segundo parecer de entende-se “visitas de pessoas de fora da comunidade receptora motivadas completamente ou em parte por interesses na oferta histórica, artística, científica, ou no estilo de vida, tradições da comunidade, religião, grupo ou instituição”.

O município de Salta tem referência ainda pelos patrimônios históricos, como praças e museus, além de balneários municipais, parques, praias e o porto, dentre outros pontos de menor atratividade. Para efeito de conhecimento, a região ainda é conhecida como um dos pioneiros na criação da Saltenha, uma iguaria típica conhecida na Argentina e também na Bolívia.

No que diz respeito aos vinhos argentinos, segundo , a assinatura do acordo com os outros países da Rota de Integração, principalmente com o Chile, permitirá um melhor transporte de vinhos com trens para os portos chilenos. A Argentina e o Chile, aliás, além Corredor Bioceânico, discutem também outro corredor, chamado Corredor Ferroviário Binacional. Segundo , resta um trecho de aproximadamente 300 km de via férrea, que permitirá mais transporte de carga, de forma mais sustentável. Esse corredor aumentaria o desenvolvimento da região da Patagônia, além da ligação entre Bahia Blanca, no Atlântico, e Talcahuano, no Oceano Pacífico.

Voltando ao turismo de massa, deve-se ressaltar como referência turística na Rota de Integração a cidade de San Pedro do Atacama, em pleno deserto do Atacama, cidade histórica de 1550, com cerca de três mil habitantes. Na discussão de resultados parciais, será referenciado um mapeamento das principais informações acerca do Corredor Bioceânico, no que diz respeito a destinos turísticos principais e secundários, além de considerações acerca de sinalização turística e projetos de médio e longo prazo para o desenvolvimento do mesmo Corredor.

Tendo como ponto alto o turismo, San Pedro do Atacama revela ares místicos, pela aridez e pelos meteoritos encontrados no local. A arquitetura também é intrínseca ao território, onde prédios e casas tiveram como matéria-prima o barro do deserto. Há de se mencionar, porém, que nem sempre foi assim. A característica cultural da região e o fluxo emergente de turistas tiveram algumas rupturas a partir de 2002, como alguns atentados de cunho religioso, conforme avalia :

En un sentido esto se ve confirmado por el radical cambio de pueblo, de un oasis del desierto nortino, a destino turístico emblemático para los chilenos y para extranjeros que se dirigen a Chile. Apunta en la misma dirección el desarrollo de proyectos de inversión públicos y privados importantes en la comuna homónima que, junto con lo anterior, acarrean una avalancha de gentes moviéndose por la zona, aumentando así las posibilidades de hurtos o ‘actos vandálicos’.

Tais acontecimentos acarretam reflexões sobre a necessidade de ordenamentos na região. Estes passam pelo adequado planejamento turístico, sobre o que há de concreto de elementos turísticos e o que pode ser potencial turístico a ser explorado, à medida que a Rota de Integração faça parte de um corredor turístico internacional. Pressupõe-se que, aumentando a divulgação acerca da Rota de Integração e do Corredor Bioceânico, haverá um crescimento na demanda (e na oferta) dos destinos que fazem parte desse Corredor e, com o aumento do fluxo, mais necessários serão os estudos de planejamento hoteleiro, pontos de apoio, desburocratização de processos alfandegários, padrão de atendimento ao turista, assim como a importância do intercâmbio cultural, dentre outras demandas.

Segundo essa linha de pensamento, em médio e longo prazo, a partir das obras da ponte na ligação Brasil e Paraguai e das obras de pavimentação nos trechos que ligam Paraguai e Argentina, é grande a possibilidade de fortalecimento de divulgação da Rota de Integração para o turismo, principalmente pelos atrativos que não existem no Brasil, caso do deserto (do Atacama, no Chile), e a região da Cordilheira, que despertarão interesse dos brasileiros. Do lado contrário, certamente haverá um crescente de turistas estrangeiros desses países da Rota de Integração, com interesse nos destinos turísticos brasileiros, com evidência para Bonito e Pantanal. Ocorre ainda a ressalva para a facilitação no trâmite de logística para produtos como os vinhos chilenos e argentinos, que devem ser importados a preços inferiores, com a viabilidade do Corredor Bioceânico.

4 DISCUSSÃO DE RESULTADOS

A Rila pode contribuir para o incremento turístico de Mato Grosso do Sul, e, por conseguinte, das cidades adjacentes a todo o Corredor Bioceânico. Por ora trata-se de um estudo pautado inicialmente em potencialidades, enquanto alternativa de desenvolvimento turístico. Para tanto, inicialmente, sobre os atrativos turísticos nas cidades do Corredor Bioceânico, e não do que poderá vir a ser, pois se entende que há muito que se fazer até a construção da ponte entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta. Em outras palavras, a Rota de Integração é alternativa viável que complementa o turismo de todos os países do Corredor.

Para efeito de ilustração, julgou-se oportuno dividir o Corredor Rodoviário levando em consideração as localidades de cada país, contemplando inicialmente os principais atrativos turísticos e as potencialidades acerca de incremento desses atrativos. Outros dados de turismo local, como quantidade de visitantes/ano, meio de transporte utilizado e demais considerações serão explicitados apenas de forma parcial, como complemento da tese supracitada.

Se se tomar por base a Rila, o ponto de partida no Brasil, do Corredor é Campo Grande. De acordo com o Relatório-Base (dados de 2016) da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos (Agepan), na modalidade Fretamento rodoviário, Campo Grande (com 42.725 passageiros) e Bonito (23.813 passageiros) representam 52,7% da movimentação de passageiros transportados nessa modalidade em todo o estado de Mato Grosso do Sul. Não está computada nesses dados a movimentação de passageiros na modalidade “Fretamento Contínuo”, que compreende o transporte de funcionários de empresas, trabalhadores rurais, estudantes e pessoas em tratamento de saúde.

Em relação ao comportamento do turista que chega a Campo Grande no quesito “Meio de transporte utilizado”, a pesquisa de Sondagem do Consumidor da FGV/Indicadores de Turismo, de 2016, aponta que 38,8% dos turistas vêm ao Estado de avião, mesma porcentagem para automóvel (38%), seguido de ônibus (15%).

A partir da construção da ponte na divisa Porto Murtinho e Carmelo Peralta, abrir-se-ão novas possibilidades de rotas terrestres que contemplem não só os dois países, mas também ida e volta desde o ponto final do Corredor. No caso o Chile, seja para viagens de turismo científico (pesquisas acadêmicas), turismo cultural e ecológico (Corumbá e Bonito), aos turistas que vierem dos outros países da Rota de Integração ao Brasil e, da mesma forma, o contrário, daqueles de origem brasileira com destino principal o Deserto do Atacama, e secundários (Salta, na Argentina), por exemplo. Há que se mencionar também Assunção, no Paraguai, e Antofagasta, no Chile, como destinos indutores.

Figura 2
Ruta del vino (Rota do Vinho), em Salta, na Argentina

A composição terrestre, com o término da obra da ponte binacional Brasil/Paraguai, fomentará a conjugação dos destinos turísticos entre esses países (leem-se os quatro países que pertencerão ao Corredor Rodoviário). Possibilidades de “rotas dentro do Corredor”, como a conjugação de Salta versus Deserto do Atacama e Antofagasta, em roteiro de 10 dias e 9 noites, de forma terrestre ida e volta desde Campo Grande, e para os que dispuserem de mais dias, conjugar a volta por Assunção, no Paraguai.

As particularidades do Deserto do Atacama, como o Chá de Coca (Figura 3), são típicas de países de altitude. O trecho de Cordilheira, que compreende Argentina e Chile, pelas belezas naturais da vegetação, fomenta o turismo de contemplação. Ocorre mencionar que mesmo antes da construção da ponte, será necessário adequar a infraestrutura nas estradas, com pontos de apoio, postos de combustível, oficinas automotivas, rede hoteleira, a devida sinalização turística e a melhoria nos serviços de comunicação. Os trâmites aduaneiros serão revisados para agilizar a logística do transporte de cargas, um filão que também impulsionará o turismo de negócios, estimando um aumento considerável de veículos à medida que as rodovias estiverem pavimentadas e prontas para o tráfego de todos os tipos de veículos.

Figura 3
Chá de folha de Coca, usado para amenizar os efeitos da altitude

Figura 4
Trecho Chileno de Cordilheira dos Andes

De acordo com os Indicadores de Turismo da Pesquisa “Caracterização e Dimensionamento do Turismo Internacional do Brasil”, o Estado de Mato Grosso do Sul, localizado na fronteira com o Paraguai e a Bolívia, nas respectivas cidades de Ponta Porã e Corumbá, está entre as 10 Fronteiras Terrestres que representam cerca de 90% do Fluxo Internacional Terrestre ().

Na figura 5, contextualizam-se os dados revisados de 2013 da Chegada de Turistas Estrangeiros no Brasil por via terrestre e a posição de Mato Grosso do Sul. Se se considerar somente as Chegadas de Turistas Estrangeiros no Brasil pelo Mato Grosso do Sul (dados de 2015), o número de turistas com entrada por via terrestre foi de 55.429, contra apenas 609 por via aérea.

Figura 5
Chegadas de Turistas Estrangeiros no Brasil via Terrestre

A potencialidade do Corredor Rodoviário para o aumento de fluxo de turistas entre os países que serão cortados por ele é uma realidade de médio prazo, estimada para término até meados de 2021. Estatísticas sobre oferta de hotelaria e gastronomia, hospitais, centros de atendimento ao turista (que serão criados a partir da finalização da infraestrutura de estradas) serão instrumentos de novas pesquisas, que serão importantes para a dinâmica da Rota.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS AINDA QUE PARCIAIS

A Rota de Integração Latino Americana contribuirá para o desenvolvimento econômico local de Mato Grosso do Sul e dos países que fazem parte de seu Corredor Rodoviário Bioceânico, pela facilidade logística, com a construção da ponte em Ponto Murtinho, ligando Brasil ao Paraguai, e aos demais países do Corredor. Facilitando a logística, emergem as potencialidades para o turismo, pois há uma vontade política do Brasil e do Paraguai para que o processo de sinalização e acordos de transportes de mercadoria e demais trâmites sejam facilitados.

O fortalecimento do turismo ocorrerá de forma gradativa. O nome Rota de Integração Latino-Americana tem um peso e já é uma referência, pois há mais de 10 anos se fala em diminuir as fronteiras entre esses países sul-americanos na forma desse Corredor Rodoviário Bioceânico. Mesmo que no início, contemplasse a passagem pela Bolívia que não ocorreu em razão de questões geopolíticas, e antes mesmo dos acordos firmados entre Brasil e Paraguai, o empresariado (transportadoras e entidades de classe) tem demonstrado interesse nas visitas in loco, e pelo conhecimento de causa e representatividade, tiveram voz no desenvolvimento do projeto.

A comunidade acadêmica, por meio de convênio entre universidades brasileiras e argentinas, merece menção ao projeto de demandar estudos de viabilidade ambiental, social e turístico, com ações coordenadas entre os demais países participantes.

Ademais, é pertinente afirmar que a Rota de Integração Latino-Americana poderá trazer externalidades positivas que vão além do progresso e do dinamismo, mas também de um crescimento atrelado a uma integração cultural, educacional, geradora de renda e que poderá maximizar a qualidade de vida da população do entorno do Corredor Rodoviário Bioceânico.

REFERÊNCIAS

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https://rotabioceanicams.com.br/rota-de-integracao-latino-americana-rila-para-o-desenvolvimento-turistico/feed/ 0 574
Mato Grosso do Sul no Coração de um Novo Corredor Econômico https://rotabioceanicams.com.br/rota-bioceanica-mato-grosso-do-sul-no-coracao-de-um-novo-corredor-economico/ https://rotabioceanicams.com.br/rota-bioceanica-mato-grosso-do-sul-no-coracao-de-um-novo-corredor-economico/#respond Fri, 18 Apr 2025 23:33:00 +0000 https://rotabioceanicams.com.br/?p=565 O Mato Grosso do Sul está prestes a viver uma transformação sem precedentes com a consolidação da Rota Bioceânica. O que antes parecia um sonho distante agora ganha contornos reais: uma ligação terrestre estratégica que conectará o Brasil aos portos do Norte do Chile, passando por Paraguai e Argentina. No centro desse eixo está o nosso estado, que desponta como protagonista de um novo ciclo de desenvolvimento econômico, logístico e social.

O Que é a Rota Bioceânica?

A Rota Bioceânica é um corredor rodoviário internacional que promete reduzir drasticamente o tempo e o custo do transporte de mercadorias entre o Centro-Oeste brasileiro e o Oceano Pacífico. Ao invés de escoar produtos pelos portos do Sudeste, como Santos (SP), a nova rota permitirá o acesso aos portos chilenos de Antofagasta e Iquique, cortando caminho por Puerto Murtinho (MS), onde já está em construção a ponte que ligará o Brasil ao Paraguai.

Oportunidades para Mato Grosso do Sul

1. Logística e Infraestrutura

A posição geográfica privilegiada transforma o MS em um hub logístico natural. Com a conclusão da ponte binacional em Porto Murtinho e a modernização das estradas que integram a rota, o estado se tornará um ponto estratégico para empresas de transporte, armazenagem e distribuição.

2. Exportação e Agronegócio

A redução de até 30% nos custos logísticos tornará nossos produtos mais competitivos no mercado asiático. Soja, milho, carne, celulose e outros produtos do agronegócio sul-mato-grossense terão mais facilidade para alcançar países como China, Japão, Coreia do Sul e Índia.

3. Turismo Internacional

A rota também abrirá novas possibilidades para o turismo rodoviário internacional. Cidades como Bonito, Jardim, Corumbá e até Campo Grande poderão atrair visitantes vindos de países vizinhos e turistas que desejem explorar a diversidade natural da região em roteiros integrados.

4. Integração Cultural e Cooperação Internacional

Mais do que uma estrada, a Rota Bioceânica é uma ponte de culturas. Ela impulsionará o intercâmbio educacional, científico e cultural entre os países do corredor, criando redes de colaboração e oportunidades acadêmicas e profissionais.

5. Atração de Investimentos

Empresas nacionais e estrangeiras já demonstram interesse em investir em logística, energia, indústria e serviços no MS. Zonas de processamento de exportação (ZPEs), centros logísticos e polos industriais devem ganhar fôlego com a nova demanda gerada pela rota.

Um Novo Horizonte para o Desenvolvimento

Com a Rota Bioceânica, Mato Grosso do Sul deixa de ser um estado “de passagem” para se consolidar como centro logístico e elo vital entre o Brasil e o Pacífico. É uma janela que se abre não apenas para os negócios, mas também para o futuro de milhares de sul-mato-grossenses que verão, em seu próprio território, novas oportunidades de trabalho, renda e crescimento.

O futuro já está passando por aqui — e ele tem as cores e os traços do nosso chão vermelho, do nosso cerrado e do nosso povo trabalhador.

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Rota Bioceânica: projetos são estruturados em MS para reduzir espera aduaneira e garantir segurança https://rotabioceanicams.com.br/rota-bioceanica-projetos-sao-estruturados-em-ms-para-reduzir-espera-aduaneira-e-garantir-seguranca/ https://rotabioceanicams.com.br/rota-bioceanica-projetos-sao-estruturados-em-ms-para-reduzir-espera-aduaneira-e-garantir-seguranca/#respond Fri, 18 Apr 2025 11:59:18 +0000 https://rotabioceanicams.com.br/rota-bioceanica-projetos-sao-estruturados-em-ms-para-reduzir-espera-aduaneira-e-garantir-seguranca/ Com a estruturação dos projetos aduaneiro e de segurança para a Rota Bioceânica, Mato Grosso do Sul inicia a preparação para o funcionamento do sistema que deve reduzir em 90% o período de espera dos processos de importação e exportação, a partir de Porto Murtinho, onde está sendo erguida a ponte do corredor bioceânico ligando o Atlântico ao Pacífico.

O serviço alfandegário para entrada e saída de mercadorias entre o Estado e o Paraguai atualmente ocorre em Ponta Porã – município na fronteira com Pedro Juan Caballero – e já registrou espera de 20 dias.  Mas com a integração feita por meio da Rota Bioceânica, a previsão é de que o intervalo para formalização deve ocorrer em até dois dias.

O trajeto da Rota Bioceânica sai do Estado – pelo município de Porto Murtinho – em direção ao Paraguai, Argentina e Chile como opção de trajeto mais curto até o Oceano Pacífico, facilitando assim o acesso aos mercados asiáticos, chegando até países como China, Japão e Índia.

Professor de direito aduaneiro da UEMS (Universidade do Estado de Mato Grosso do Sul), Lúcio Flávio Sunakozawa atua nos estudos para instalar um modelo para o projeto estratégico operacional do Estado.

“Como a Rota não está concluída, ainda não existe nenhuma normativa em relação a aduana, até porque vamos construir uma Central de Alfandega em Porto Murtinho. Neste local serão instaladas a Receita Federal, Anvisa, Ibama, PRF, Polícia Federal, e outros que se fizerem necessários. Ainda estamos na fase das tratativas com os países vizinhos, principalmente o Paraguai, além da Argentina e do Chile”, explicou.

Atualmente, todo o escoamento produtivo exportado de Mato Grosso do Sul para o território paraguaio é feito via Ponta Porã e Pedro Juan Caballero.

“Já tivemos casos que o caminhão esperou por 20 dias para conseguir fazer o trâmite. É muito prejudicial, atrasa a entrega de produtos no tempo dos contratos internacionais e acaba onerando o custo de transporte e logística das exportações e importações. Este exemplo é importante para debater e aprofundar os mecanismos que podemos adiantar para o processo de funcionamento”, disse Sunakozawa.

O professor da UEMS destaca que as negociações e tratativas para a operacionalização burocrática do serviço aduaneiro na Rota Bioceânica, para entrada e saída de mercadorias no Paraguai, se faz necessária desde já, inclusive com a participação do Governo Federal, que é o responsável pela área.

“É importante negociar no sentido de diminuir o tempo de fiscalização, com implemento de equipamentos, uso de inteligência artificial, que serão importantes para o trabalho alfandegário, com segurança e rapidez”, afirmou.

O complexo aduaneiro, além das instituições brasileiras, também deve integrar os órgãos de fiscalização e controle do Paraguai, para que o trabalho seja feito por ambos os países em um só lugar.

“Em Carmelo Peralta [cidade do lado paraguaio] não está sendo construído o complexo aduaneiro, então a proposta é aproveitar a integração. Com isso acreditamos que no máximo em dois dias, se tiver a modernização dos equipamentos, o trabalho poderá ser feito. A maior dificuldade é a harmonização das normas alfandegárias, convergir a regras e sanar as divergências”, disse o professor.

Outra sugestão apresentada e que está em estudo e avaliação é o uso de chips nos containers. “Já é algo utilizado em portos internacionais e poderia ser adotado para o escoamento da produção de Mato Grosso do Sul, pois dispensa fiscalização pessoal, é feito via satélite, com controle digital, acelera muito o tempo do desembaraço aduaneiro”.

Segurança

A segurança é uma das principais preocupações em relação ao Corredor Bioceânico, por isso, para mitigar riscos e reduzir impactos socioeconômicos na região, será construído um Centro Integrado de Controle de Fronteira, com o objetivo de coibir práticas criminosas e garantir o fluxo seguro de pessoas e mercadorias.

“Observamos diversas necessidades de segurança no corredor da Rota Bioceânica, por isso se faz necessário o aprimoramento das políticas de segurança nas fronteiras”, disse o assessor da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) responsável pelo projeto de segurança da Rota, Luiz Alexandre da Silva, que completa.

“Além disso, a questão dos investimentos em tecnologias de controle de fronteira, que permitiram uma vigilância mais eficiente e uma detecção precoce de ameaças. Como a inteligência artificial, uso de reconhecimento facial, câmeras de leitores de placa. Enfim, desenvolver e investir nessas tecnologias para a área de controle integrado, e também em todo o controle de fronteira”.

Em Mato Grosso do Sul, o ponto de controle para passageiros em carros e ônibus contará com a atuação conjunta de diversos órgãos, incluindo Receita Federal, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), fortalecendo a fiscalização e a segurança ao longo da Rota.

“A área de controle integrada e unificada vai abrigar toda a fiscalização, inclusive de imigração, vigilância, dos dois países. Então, esses órgãos de fronteira vão funcionar no mesmo local, é para agilizar o processo do desembaraço, tanto de cargas, transporte de passageiros, assim como também o processo de migração dos turistas que vão passar por ali, sejam eles cidadãos nacionais ou não. E tudo isso estará instalado na área da alça, que tem previsão de ser concluída em 2026”, explicou da Silva.

Essa estrutura fortalecerá a segurança viária, o enfrentamento ao crime organizado, além do resgate e salvamento de vítimas, promovendo uma maior sensação de segurança para todos os usuários do trajeto. Outro desafio crucial é o mapeamento das questões de segurança nos quatro países envolvidos (Brasil, Paraguai, Argentina e Chile).

A integração e cooperação entre nações e órgãos de segurança serão fundamentais para alinhar protocolos e otimizar o trabalho das autoridades, garantindo um controle eficaz das fronteiras. No caso do Paraguai, por exemplo, é essencial compreender os mecanismos específicos de segurança e padronizar os procedimentos para uma atuação coordenada.

Além disso, a infraestrutura deve estar bem aparelhada para lidar com incidentes de grande proporção, garantindo recursos e apoio adequados em casos de emergências e eventos inesperados no trajeto.

Seminário

Para discutir as demandas e oportunidades da Rota Bioceânica, autoridades do Brasil, Paraguai, Argentina e Chile participam do Seminário Internacional da Rota Bioceânica e do 6º Foro de los Gobiernos Subnacionales del Corredor Bioceânico, que será realizado em Campo Grande, entre 18 e 20 de fevereiro.

Entre os assuntos que serão discutidos estão as questões aduaneiras, de infraestrutura, segurança, logística, oportunidades de negócios de comércio exterior e internacional, além do turismo e outras esferas socioeconômicas.

Obra

Com a Rota Bioceânica, a previsão é de ganhos expressivos na exportação, importação, competitividade dos produtos regionais, e promoção de intercâmbio entre o Brasil e a Ásia, além do Mercosul e do Chile.

O Governo de Mato Grosso do Sul mantém investimentos robustos nas cidades que farão parte do trajeto, entre elas Porto Murtinho, que recebeu R$ 40,6 milhões em obras nos últimos anos. Também foram garantidos incentivos para reativar a hidrovia do Rio Paraguai, atraindo operadores e empreendimentos portuários à região.

Outro foco foi a articulação junto ao Governo Federal para realização das obras complementares que vão contribuir com a Rota Bioceânica. Entre elas o acesso à Ponte Bioceânica, por meio da rodovia BR-267, onde serão pavimentados 13 km, além da construção de um centro aduaneiro, trabalho de terraplanagem e acesso elevado à ponte.

O investimento será de R$ 472,4 milhões por parte da União. Também está sendo feita a restauração de 101 km da rodovia BR-267, que liga o distrito de Alto Caracol a Porto Murtinho. As obras tiveram início na semana passada, de acordo com o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes).

Natalia Yahn, Comunicação Governo de MS
*colaborou Evelyn Souza

Fotos: Saul Schramm

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