A construção da Rota Bioceânica é um dos projetos mais ambiciosos de integração da América do Sul nas últimas décadas — e Mato Grosso do Sul tem sido peça-chave para viabilizar esse corredor que vai ligar o Brasil aos portos do norte do Chile, passando por Paraguai e Argentina. Para tornar esse sonho realidade, governos e parceiros privados estão investindo pesado em infraestrutura, conectividade e integração regional.
Mais de R$ 1 bilhão em obras e infraestrutura no MS
Entre os principais investimentos em solo sul-mato-grossense, destaca-se a construção da tão aguardada Ponte Internacional sobre o Rio Paraguai, que ligará Porto Murtinho (MS) a Carmelo Peralta (Paraguai). A ponte é considerada o ponto de partida simbólico da Rota Bioceânica, e está sendo construída com recursos da Itaipu Binacional, que aportou cerca de US$ 84 milhões (aproximadamente R$ 420 milhões) na obra.
Além da ponte, o governo federal, por meio do Ministério dos Transportes e do DNIT, tem investido na pavimentação e recuperação de rodovias federais que compõem o traçado da Rota no estado, como:
- BR-267, que liga Porto Murtinho a Maracaju
- BR-419, importante ligação entre Rio Verde, Jardim e Aquidauana
- Obras de acesso logístico, sinalização e ampliação de trechos críticos.
O Governo do Estado também tem feito sua parte, com investimentos em infraestrutura urbana nos municípios da rota, apoio à regularização fundiária, e melhoria de estradas estaduais e vicinais que facilitam o acesso aos corredores internacionais.
Integração internacional e diplomacia ativa
Para além das obras físicas, há um forte investimento institucional. Reuniões bilaterais e multilaterais entre os governos do Brasil, Paraguai, Argentina e Chile têm sido fundamentais para alinhar legislações, definir padrões alfandegários e garantir que a Rota funcione de maneira eficiente e integrada.
Esses encontros são apoiados por organismos como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que também tem aportado recursos e suporte técnico para os estudos de viabilidade, logística e impacto socioeconômico da rota.
Logística inteligente e novos polos de desenvolvimento
Outro foco dos investimentos está na criação de Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs) e terminais logísticos multimodais, que permitirão o escoamento de cargas de forma mais rápida e barata, especialmente produtos do agronegócio e da indústria sul-mato-grossense.
Cidades como Porto Murtinho, Ponta Porã, Maracaju, Dourados e até Campo Grande já começam a se organizar para receber novos empreendimentos, com áreas industriais, incentivos fiscais e estrutura para empresas interessadas em atuar ao longo do corredor bioceânico.
Futuro em construção
Com a Rota Bioceânica, Mato Grosso do Sul não será apenas um ponto de passagem: será protagonista no novo mapa logístico da América do Sul. Os investimentos feitos até agora já transformam a realidade de várias regiões do estado e preparam o terreno para uma economia mais integrada, dinâmica e conectada ao mercado internacional.
A expectativa é que, com a conclusão das obras nos próximos anos, a Rota se consolide como um dos principais vetores de crescimento econômico, social e sustentável da região.